sábado, 3 de dezembro de 2011

O Mundial de Snipe de 1959

A competição foi um marco que contribuiu para o projeto de expansão do clube através daconstrução da ilha dos Jangadeiros. A importância do evento foi relevante para o apoio dos órgãos de Governo na execução das obras da Ilha ao longo de duas décadas. A realização do Campeonato Mundial de Snipe, em 1959,foi o principal destaque da década de 50 e representou o início de uma fase de expansão e de conquistas do clube em sua área esportiva e, ao mesmo tempo, no projeto da ampliação de seu espaço a partir da futura Ilha dos Jangadeiros, uma meta que teria início nos anos 60. Tínhamos na época uma pequena sede no continente e um trapiche de pouca capacidade, mas
isso não impediu que o clube trouxesse para o Brasil o Campeonato Mundial de Snipe, sendo a primeira vez que a competição não seria realizada na Europa. 


A primeira providência foi pleitear a indicação do Clube dos Jangadeiros pelo Snipe Class Internatinal Racing Association/SCIRA, quando da realização do mundial daquele ano, em Portugal. Nossos velejadores,
Kurt Egon Keller e Sérgio Christo, os campeões brasileiros que representariam o Brasil, foram os portadores da proposta do Clube dos Jangadeiros, apresentada em reunião realizada na Câmara de Vereadores de Cascais. Keller, 21 anos, mostrou-se um bom advogado da causa, apoiado por Luiz Brotherhood “snipista” pernambucano, que representava a Secretaria Nacional
da Classe Snipe naquele certame. Depois de prolongados debates, em que os europeus alegavam difi culdades no deslocamento até o Brasil, pelo grande dispêndio de tempo e dinheiro, foi aceita a candidatura do Brasil pelo Clube dos Jangadeiros, diante da promessa de construção de uma série de barcos apresentada por Keller e reforçada por Brotherhood. De volta ao Brasil foram iniciadas as tratativas locais para a realização do Mundial, desde a contratação do Estaleiro Alberto Lineburger para construção de 20 barcos, a partir das plantas enviadas pela SCIRA com todas as recentes alterações nas tolerâncias de medidas dos cascos. 


Foi um período intenso para a Comissão Técnica, integrada por Gabriel Gonzalez, Kurt Keller e Helio Franzen, que estavam à frente de todos os preparativos e cuidavam de cada detalhe e, principalmente, da qualidade final dos barcos e de todo o material a ser utilizado nas regatas. As delegações começaram a chegar à capital gaúcha no início de outubro, sendo recepcionadas pelo Comodoro Edwin Ricardo Hennig e pelo Vice-Comodoro Cláudio Alberto Aydos, juntamente com a Comissão Técnica e demais integrantes da Comissão de Recepção e Hospedagem, dirigida pelo comendador Diniz Campos e por Walter Steiner (ex-Filhote).
As delegações estrangeiras que participaram do Mundial de Snipe de 1959: Argentina: Fernando e Jorge Sanjurgo, Bahamas: Godfrey e David Kelly, Bermudas: Eugene Simmons e Robert Soares, Bélgica: Christian Nielsen e
Victor van der Heuvel, Cuba: Gonzalo e Raul Dias, Dinamarca: Paul Elvstroem e Erik Johansen, Espanha: Duque de Arion e Luiz Triay, França: Jean Machy e Pierre Grammond, Guiana Inglesa: J. Atkinson e Ken Settefi eld, Estados Unidos: Richard Tillmann e Alan Levinson, Inglaterra: R. Stewart e K. blagrove, Japão: Masayuki e Setsuo Kawada, Portugal: Helder e Rolando
Soares d`Oliveira, Suécia: Bjorn e Sten Jameson e Uruguai: Victor Pena Pampim e Francisco Figueroa.

Um comentário:

  1. Boa tarde, vocês tem a sumula com o resultado final do campeonato? Pergunto por que um dos 20 Snipes fabricados especialmente para esse campeonato está comigo e eu gostaria de saber quem usou e qual foi a colocação. Numeral 12106. Att. Arthur Santacreu

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