A ideia da Ilha dos Jangadeiros surgiu ainda na década de 40, quando Leopoldo Geyer previu a perspectiva da futura ilha para abrigar barcos de maior porte, sujeitos à fúria do Minuano, o forte e frio vento que varre o rio Guaíba, especialmente nos meses de inverno e início da primavera.
Mas até o início dos anos 60 a Ilha dos Jangadeiros era apenas uma ideia, até que Geraldo Tollens Linck, comodoro na época, começou a trabalhar forte pelo projeto. Neste momento, dois importantes personagens tornam possível o sonho do patrono Leopoldo Geyer na construção da Ilha dos Jangadeiros. Braço direito de Geraldo Link, Luiz O. Chagas (o Chaguinha), hoje com 92 anos, esteve à frente do projeto a partir de sua experiência como desenhista e profundo conhecedor de barcos.
Por outra parte, o engenheiro Arcy Cattani da Rosa (ex-diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas) assumiu, de forma colaborativa, o comando das obras, desde o prolongamento do trapiche em mais 60 metros, até a conclusão do aterro que deu origem à Ilha. Foram quase três décadas de muito empenho e de campanhas solidárias que uniram inúmeros sócios em busca de um objetivo comum: tornar realidade o que é hoje o maior patrimônio social, de lazer e do esporte de vela do clube. Nesta
primeira etapa, que se iniciou em 1962, a Comissão para Construção da Ilha dos Jangadeiros era formada por Edwin Hennig, Edgar Siegmann, Cláudio Aydos, Edmundo Soares, Kurt Keller, Rodolfo Ahrons e pelo Comodoro Geraldo Tollens Linck. O apoio dos órgãos públicos foi essencial para a construção
da Ilha, desde o licenciamento junto à Marinha e do Departamento de Portos, Rios e Canais (DEPREC) e do Departamento Nacional de Portos Via Navegáveis (DNPVN). Além disso, o clube contou com apoio do Governador Ildo Meneghetti, que esteve presente nas obras quando a draga Trajano
Ribeiro, do DEPREC, iniciava suas atividades no dia 27 de dezembro de 1966. Dois anos antes, em 1964, o projeto da Ilha e Ancoradouro, foi aprovado pela Prefeitura de Porto Alegre, mesmo ano que o Governador do Estado assegurava o uso da área subfl uvial abrangida pelo projeto.
A construção da Ilha e do ancoradouro se faziam necessários, em função do reduzido espaço no Continente, para abrigar os barcos de competição e garantir segurança aos veleiros em função dos ventos do Minuano. Depois do Mundial de Snipe, em 1959, o clube já não tinha como guardar tantos barcos: eram 42 snipes e pinguins, além de um Finn olímpico. Na época foi necessário construir um pavilhão de madeira, no espaço de uma cancha de tênis, para atender o crescimento do esporte de vela. A partir de uma quermesse, denominada
A Festa da Vela, foi possível obter receita para a construção do novo local que recebeu o nome de Pavilhão Edgar Sigmann. Enquanto a Ilha era um projeto em andamento, os sócios curtiam a beira do Rio Guaíba com suas crianças se banhando em dias de sol e calor; os pais velejando e uma piscina ainda era
um sonho distante.
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