Já no final de 1967 a Iha dos Jangadeiros ganhava seu primeiro contorno e naquele momento a diversão ficava por conta de jogos de futebol em um campo improvisado de areia. As famílias aproveitavam o local para o banho de sol. No começo, alguns quiosques de Santa Fé garantiam a proteção do sol para as famílias que lá desfrutavam do novo ambiente ainda em fase de construção. O trabalho de dragagem, aterro e dos molhes de contenção foi evoluindo dentro das condições e possibilidades, uma vez que as dragas pertenciam ao Estado e, muitas vezes, estavam em operação de obras públicas. E problemas não faltaram ao longo desta jornada, desde a mudança do mestre da draga, várias quebras de mangotes, e até a falta de combustível. Se nas obras realizadas na água havia complicações,
em terra não era diferente, com problemas para contenção do aterro nos limites de interesse do projeto.Foram necessárias máquinas rodoviárias e escavadeiras hidráulicas para a construção de diques provisórios no decorrer
da dragagem para evitar que o aterro voltasse para dentro do ancoradouro.
Mesmo assim, a segunda etapa do aterro foi concluída em 1972, abrindo espaço para a construção da Escola de Vela Barra Limpo, inaugurada em 13 de dezembro de 1975. Em 1977 estava concluído o atual projeto, com os espaços
para o ancoradouro à direita protegidos do vento sul a partir da formação da Ilha dos Jangadeiros. Com a nova área conquistada, a falta de espaço deixou
de ser um problema para o clube. Foi quando o Comodoro Geraldo Linck veio com a seguinte pergunta: o que vamos fazer na ilha? E a resposta não demorou: Chaguinha apresentou o desenho do Plano Piloto da Ilha e o antigo sonho do patrono Leolpodo Geyer se tornava uma realidade. Nas palavras de Geraldo Linck, no livro Clube dos Jangadeiros - Uma História de 50 anos: “acredito hoje mais do que antes que o associado não tem ideia da grandiosidade da obra que está usufruindo”. Ao encerrar o capítulo Uma Ilha no Rio, Linck destacou a participação do engenheiro Cláudio Aydos, Edmundo Soares, Kurt Keller, Edgar Sigmann e Luiz Chagas (Chaguinha) como os alicerces desta que foi a construção de uma ilha em pleno Rio Guaíba.
Além destas lideranças é bem verdade que inúmeras pessoas, associados ou não, tiveram participação direta neste grandioso projeto, que somou cerca de 20 anos entre o desejo de fazer e sua efetiva conclusão.Embora não exista uma data oficial de sua inauguração, dois momentos se destacam com o final de suas obras: o primeiro foi a abertura da Escola de Vela, que levou o apelido do velejador e campeão brasileiro da classe Pinguim, Walter Hunshe - o Barra Limpa. Ele faleceu em um acidente de trânsito e seus pais fizeram a doação do projeto e execução das obras da escola em homenagem à sua memória e pela dedicação que tinha pelo esporte. O segundo momento histórico, que se tornou o marco de sua inauguração foi em 1981, quando já havia maior infraestrutura física e paisagística, além do asfalto em suas vias de acesso para o tráfego de veículos.
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