Ao lado da porta principal que dá acesso à Escola de Vela está lá o painel, em escultura de cimento, com destaque ao nome Barra Limpa. O apelido do velejador Walter Hunshe e campeão brasileiro da classe Pinguim, se tornou o nome da escola desde sua fundação, há 36 anos.A homenagem partiu de seu pai, Werner Hunshe, que fez a doação do projeto e da execução da Escola de Vela quando a Ilha dos Jangadeiros estava na fase fi nal de construção. Seu filho, o Barra Limpa, faleceu em um acidente de trânsito na capital em 1971 e a família decidiu manter os sonhos do jovem velejador através deste gesto, através de um espaço de formação para as futuras gerações de velejadores. Em quase quatro décadas a escola de vela já formou centenas de velejadores nas mais diferentes classes de monotipos, para crianças e adultos. Também é responsável por cursos de Vela Oceânica e para habilitações em Arrais, Mestre e Capitação.
Pela escola já passaram centenas de campeões e velejadoresque buscam aperfeiçoamento técnico em busca dashabilitações exigidas pela Marinha para navegação em Oceano.Na Escola de Vela Barra Limpa o único requisito é querer aprender a velejar. Talvez por isso uma característica venha se repetindo a cada Curso de Iniciação à Vela. São pais e fi lhos, irmãos e irmãs, tias e sobrinhos, netos e avós, que começam a aprender juntos. “Acontece muito de o pai trazer o filho para a aula de Optimist e acabar se interessando pelo esporte”, conta Rodrigo Aquino, professor da Escola de Vela Barra Limpa, há quase quatro anos. Outro caso destacado por Aquino é o do aluno que faz o curso e, quando chega em casa e fala sobre as aulas, contagia os demais familiares. “Muito casais começam juntos também”, frisa.
E iniciar na Vela ao lado de um familiar se tornou tão rotineiro no Clube dos Jangadeiros que até o próprio diretor da Escola de Vela Barra Limpa, Luiz Fernando Schramm, começou assim. “Um dia a minha fi lha me convidou para fazer o Curso de Iniciação à Vela. Vim só pra acompanhar e nunca mais sai do clube”, conta Schramm, completando em seguida: “Associei-me, comprei barco, fiz outros cursos na Escola e hoje passo as minhas tardes no Jangadeiros”. O curioso neste caso é que a filha de Schramm acabou deixando o esporte de lado, enquanto o pai é um apaixonado confesso tanto pela Vela quanto pelo Clube dos Jangadeiros. Mas os casos não param por aí. Integrantes do Curso de Iniciação à Vela – Nível 2, os alunos Fernando, 19 anos e Rafael Rojas Braga, 22 anos, são irmãos e velejam juntos há vários anos. Na mesma turma está Eliana, 39 anos e Max Lima da Fonseca, 14 anos. Eliana é tia de Max. E todos têm em comum o prazer de velejar ao lado de um familiar. “A Vela hoje é uma coisa que nos une”, conta Fernando. E a situação não é diferente com Eliana e Max. “É um momento que podemos conversar com calma ecurtir bastante”, diz a tia coruja.
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